A onfalocele e a gastrosquise estão entre os principais tipos de malformações da parede abdominal, que, em geral, como explica o Dr. Marcos Turcatel – médico especialista em Cirurgia Pediátrica -, caracterizam-se como orifícios ou fraqueza dos músculos que envolvem a cavidade abdominal, de modo a permitir a projeção de parte dos intestinos para fora do abdome.
O Dr. Marcos nota as principais diferenças entre essas condições. Na onfalocele, a abertura da parede abdominal encontra-se exatamente na altura do umbigo e o intestino projetado para fora fica recoberto por membrana fina. Na gastrosquise, o defeito muscular encontra-se próximo ao umbigo e a porção do intestino projetada não é recoberta por membrana, de modo que, neste caso, o intestino pode inflamar devido à exposição ao líquido amniótico, possivelmente decorrendo, daí, problemas no sistema digestivo e obstrução intestinal.
Embora tais condições congênitas sejam muito explícitas logo após o nascimento, elas também podem ser identificadas ainda durante o pré-natal, através das ultrassonografias de rotina.
O Dr. Marcos aponta que, confirmado o diagnóstico, além de outros cuidados imediatos em torno do intestino exposto, será necessária a correção cirúrgica, com o objetivo de devolver ao abdome a porção exposta e fechar a abertura. Em alguns casos, o fechamento poderá ser feito com a pele da parede abdominal da própria criança. Em outros, quando a abertura é maior, pode ser necessária a criação de enxertos.
Em alguns casos, ainda, quando uma grande porção do intestino estiver se projetando para fora, o procedimento poderá se estender por alguns dias ou semanas, enquanto o intestino é gradualmente reinserido na cavidade abdominal, que, finalmente, será fechada.